19 setembro 2011

Controlar tudo, excepto o medo!

Uma vez, num tempo ainda pouco passado, uma professora disse que o pior na escrita é o início, olhar para uma folha branca, depois tudo se torna um pouco, só um pouco, mais simples.
Aqui, apesar da temática em questão não ser a mesma, volta acontecer o mesmo. Como é que se deve começar a tratar algo em que são imensos os fragmentos, mas todos desconectados entre si!
Durante algumas pesquisas, surgiu um conjunto de citações oportunas a esta temática.

Ao longo da nossa vida são inúmeras as vezes que sonhamos com tudo aquilo que poderíamos ter, que ponderamos, planeamos as coisas que nos deveriam acontecer. Mas, ao mesmo tempo, quando algumas dessas coisas surge na nossa vida, nós ficamos receosos e fugimos. Tentamos de todas as formas esconder, não aceitar aquilo que aparece e que desperta em nós sentimentos, aquilo que tanto sonhamos que acontecesse. Ou seja, "Tememos tudo como mortais, mas desejamos tudo como se fossemos imortais." {François La Rochefoucauld]
As coisas que vão sucedendo ao longo do nosso percurso, tem como consequência ensinar-nos a ver o que é correcto, incorrecto, oportuno, inoportuno, aceitável, inaceitável, etc, ou seja, aquilo que nos vai acontecendo vai deixando marcas vincadas no nosso histórico pessoal. À medida que as coisas vão sucedendo, cada pessoa vai encontrando a solução que se encontra mais de acordo com a sua personalidade e, a partir daí, traçando um conjunto de objectivos. Todas estas decisões, na maioria das vezes acabam por ser tomadas tendo como base a racionalidade e não o sentimentalismo ou todas aquelas partes do corpo humano que se ligam às relações entre outros.
Só que, essas partes do corpo são as mais fortes e que mais rapidamente conseguem desmoronar as decisões tomadas! De um momento para o outro, se algo as afecta, todo o corpo fica atordoado, perde o equilíbrio, perde o controlo! Agora lembrei-me daquela ideia referida por outra professora, o equilíbrio da vida pode ser rapidamente perdido mesmo com a coisa mais insignificante que existe, tal como o bater das asas de uma borboleta de um lado do mundo pode provocar um tsunami no lado oposto.

A vida ocorre no passado, no presente e no futuro. O passado é recordaçao, é ensinamento. O presente é para ser vivido e, não gostando, mas sabendo que assim o vivo, o futuro para ser pensado, reflectivo! Tento controlar tudo aquilo que me rodeia e quero conseguir controlar tudo. Quando digo tudo, não é os outros, mas sim aquilo que me acontece, aquilo que quero. Quero conseguir atingir todos os objectivos traçados, usando, sempre, os caminhos escolhidos! Quando surge algo que me mostra que isso não vai acontecer, que me vou começar a desviar por novos caminhos, perco todo o equilibrio e confiança que tenho. Só eu sou capaz de conseguir atingir as minhas coisas, só eu me aceito como sou, só eu me percebo, só eu quase não me faço sofrer. Só eu...
Mas, agora já não é assim! Agora muito mais tenta perceber-me, tenta entender, tenta aceitar (coisa complicada) e é este tentar, é esta paciência que deixam com medo. Porque na minha história, na minha mente ninguém mais iria perceber-me, ninguém mais iria poder sequer tentar! É muito bom quando isto acontece, mas numa pessoa com personalidade descrita anteriormente, é estranho! Porquê comigo novamente? O quê que vai acontecer depois?

Porquê que não consigo parar de tentar controlar tudo?
Porquê que não consigo parar de tentar prever o futuro?
Porquê que não vivo o meu presente, que ultimamente tem sido diferente, mas especial?
acho que esta é a citação apropriada para mudar o rumo da situação: "Quem teme o sofrimento sofre já aquilo que teme." Michel de Montaigne



Si