26 setembro 2010

Pensar e descobrir

Ainda há poucas horas, um conjunto de pensamentos invadiam a minha cabeça e não permitiam que descansasse. Existia uma necessidade em mim de expressar todas essas coisas, mas a capacidade de levantar era pouca...muito pouca.
Passado um tempo, levantei-me peguei nele e quando coloquei os dedos prontos para percorrer todo o teclado fiquei parada. Parei no tempo e percebi que estava vazia, nada aparecia para ser expresso.
Nestes últimos tempo as coisas que tem acontecido na vida obrigam a mudar muitas posturas que tinha. Uma parte de mim continua igual - mimada, a outra está completamente crescida e perdida. Todos estes problemas que vieram atormentar os que me rodeiam fizeram com que tivesse que arranjar forças para mudar o rumo das coisas.Luto por mim, mas principalmente por eles, nunca lhes disse mas são a coisa mais importante para mim... Apesar de todas as coisas que tem acontecido nas nossas vidas, eles estão sempre prontos para me ajudar e fazem TUDO, tudo o que podem para me dar o melhor. ESte foi o momento que me fez valorizá-los mesmo. Ve-los como estão...desanimados, tristes, desorientados, perdidos revolta-me e ao mesmo tempo faz-me ter medo, muito medo! Não conseguiria viver sem eles. Gostava de corrigir todos aqueles erros que cometi, mas agora já e tarde. O que me deixa descansada são as palavras da outra pessoa que marcou a minha vida e que já não abraço "todas essas coisas são perdoadas devido aquilo que es para eles!".
Estou revoltada com o caracter de certas pessoas. Fico perplexa com a capacidade das mesmas para invadir a vida das pessoas e atormentá-las. Como podem afirmar coisas que não estão correctas, como podem prejudicar a pessoa que rodeia só porque está melhor ou pior. As coisas são tão diferentes, as pessoas não sabem valorizar a palavra, as pessoas não sabem viver em sociedade. Como querem que ensinem aos filhos, nas escolas, a saber conviver com o outro, a aprender a viver em sociedade quando os próprios pais, em casa, ensinam e demonstram o contrário?,...


Si

25 setembro 2010

As falsas conclusões

"Se um tanto de sonho é perigoso, não é menos sonho que há-de curá-lo, e sim mais sonho, todo o sonho. É preciso conhecer totalmente os nossos sonhos, para não sofrermos mais com eles." Marcel Proust

Todos nós pensamos que o sono é o melhor que o nosso corpo tem para descansar. Mas, na verdade, quando nos deitamos e fechamos os olhos, o nosso consciente começa a flutuar e, por breves momento, é o inconsciente que orienta a nossa vida.
Nesses momentos, todas aquelas inquietudes da alma e as fantasias que começamos a criar aparecem e, por breves momentos, parecem reais. Somos atingidos por sentimentos de medo, satisfação, pânico e receio. Na maioria das vezes, são as coisas más que aparecem nesses momentos. Torna-se um desespero estar dentro daquele sonho, torna-se medonho viver por ínfimos minutos uma vida que possui aquele rumo.
Quando acordamos, ficamos aliviados por perceber que tudo era do mundo da fantasia, da imaginação. Mas, logo depois, aparece o medo, aquele medo que a fantasia se torne realidade. Tentamos esquecer isso, mas são poucas as vezes que isso acontece.
A primeira coisa a fazer é verificar se na realidade tudo está bem e, mesmo depois disso, por muito que alguém garanta que sim, o medo faz-nos encontrar sempre coisas que provam o contrário. A necessidade da certeza torna-se tão necessária que faz com que a palavra perca o seu valor e seja necessário a presença física. Poderá ser essa presença que poderá levar uma pequena certeza e calma à pessoa que se encontra amedrontada por aqueles pequenos minutos de vivencia num mundo do fantástico.
Enquanto as coisas não passam, tentamos consolar-nos a nós mesmo, na verdade esse tempo é perdido porque, enquanto não for visível, nenhuma resposta acalmará na totalidade a pessoa.

As falsas conclusões que transformar a paz e alegria em pânico e medo.





Si

19 setembro 2010

A Decisão final

Sou um guardador de rebanhos
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar numa flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei da verdade e sou feliz.


Alberto Caeiro





"Once upon a time I didn't give a damn But now here we are So whataya want from me?"

14 setembro 2010

Acreditar ...

Por vezes é necessário que se comece a verificar que os nossos pensamentos, que parecem certos, podem falhar e estar errados! É necessário verificar que por mais que parece que aquilo está acontecer, na verdade, não esta! É necessário começar a acreditar-se na palavra da outra pessoa e a aceitar aquilo que elas dizem, mesmo que vá contra os princípios que nos caracterizam.
Todos nós cometemos esses erros, o que se tem verificado é que constantemente se coloca em causa aquilo que a outra pessoa diz!
Pára (sim vou ser directa no discurso), pára de pensar que estou diferente, porque não estou! Acredita no que eu te digo, quando afirmo que gosto, acredita no que digo através das acções que faço, acredita no que digo mesmo sendo a insensivel que dizes que sou! Eu sou assim, tu sabes que eu sou....tu já consegues saber tudo, observas!
Acredita que cada momento passado é único e maravilhoso, que cada momento de insensibilidade minha é algo que ultrapassa isso e que vale muito, acredita nas minhas palavras, aquelas que saem em pouca quantidade mas que querem dizer muito!
Acredita...


"Todos julgam segundo a aparência, ninguém segundo a essência"
[Friedrich Schiller]




Nobody knows it but you've got a secret smile
And you use it only for me

So use it and prove it
Remove this whirling sadness


Si

13 setembro 2010

Momentos

Every moments a day
Every day seems a lifetime






"Há momentos, e você chega a esses momentos, em que de repente o tempo pára e acontece a eternidade." [Fidor Dostoievski]

07 setembro 2010

Dentro da minha mão, eu guardo-te bem!

Nem sempre se torna possível dizer tudo aquilo que se quer. A mente impossibilita que os sentimentos consigam ser transmitidos e que as acções de carinho que tanto desejamos realizar, se concretizem.
Ultimamente, o poder da mente tem sido superior ao dos sentimentos, em determinadas situações. O que se tem verificado é que o passado e todos aqueles acontecimentos que ocorreram em situações parecidas com as que vivemos no presente, estão presentes de uma forma muito forte na mente o que faz com que toda a mágoa que foi vivida seja recordada e impossibilite que a parte sentimental consiga ganhar ou demonstrar algo ao exterior.

É muito complicado conseguir ser aquilo que não sou...conseguir contrariar todas as minhas características inatas no que toca a este assunto... conseguir não demonstrar tantas vezes quanto as que me apetece (determinadas...)

Tenho medo de confiar, mas sei que já confio. Tenho medo de acreditar, mas já comecei acreditar! Tenho medos e mais medos que se estendem do passado que tive. São esses medos incorrectos que tornam complicado conseguir viver naturalmente aquilo que o presente me oferece. Os medos são como obstáculos que se encontram neste longo caminho do presente, obstáculos que estou farta de controlar, de superar. Gostava que eles deixassem de existir, mas sei que isso, por agora, vai ser complicado de acontecer! Podem existir em menos quantidade, mas ainda existem.
São, ainda esses medos, que impossibilitam rotular isto, que impossibilitam tentar pensar em futuro próximo...fico-me pelo presente e pela eterna angustia do momento em que esse presente termina!
A angustia, a melancolia, a tristeza, o medo e a saudade de nunca mais viver aquilo e o ter de novo!

EU estou a gostar e o pior é que acho que o gostar começa a ser numa quantidade inadequada!

Apesar de tudo isto, eu sei que os olhos devoram o interior e que tudo aquilo que eu penso, sinto e imagino já é do seu conhecimento.!



Si

05 setembro 2010

A palavra

Nem sempre as palavras ditas devem ser pronunciadas e ouvidas por determinadas pessoas.
Existe um conjunto de regras que cada um deveria saber para se conseguir adaptar ao meio em que se encontra inserido e não cometer erros tão graves como os que têm ocorrido.
O que se pode concluir é que existem três tipos de pessoas, nomeadamente, aquelas que sabem e que não dizem tudo, as que sabem, mas que não conseguem contrariar e acabam por dizer e, por último, aquelas que não usam palavras só pensamentos, ou seja, aquelas que não se expressam.

É muito complicado uma pessoa que tem como "vício" expressar todos os seus sentimentos, pensamentos, angústias e raiva por palavras, mudar e passar a usar o método de não se expressar. Diria, mesmo, que é impossível que isso aconteça, uma vez...até pode ser, mais é raro!
Quando existe a necessidade do uso da palavra é complicado "tapar" a boca, impedir que as cordas vocais trabalhem de forma a não deixar passar o ar que irá produzir aquele determinado fonema. Tudo está tão mecanizado dentro da pessoa que, quando ela verifica que não devia ter dito, já o fez! Depois, na maioria dos casos, existe a culpa, a angústia e a desilusão por ter realizado aquela situação. Mas, no final, a pessoa perceberá que é a vida, que é a sua personalidade e que não vale a pena contrariar...
Mesmo assim, espera e muito, com algum esforço mudar tal situação porque "A palavra ''impossível'' é uma... "A palavra ''impossível'' é uma expressão infeliz; nada se pode esperar daqueles que a usam frequentemente" (Carlyle )



Si

Murmúrio

Traze-me um pouco
das sombras serenas
que as nuvens transportam
por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.
Traze-me um pouco
daalvura dos luares
que a noite sustenta
no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- Vê que nem te peço ilusão.
Traze-me um pouco
da tua lembrança, aroma perdido,
saudade da flor!
- Vê que nem te digo -
- esperança!
- Vê que nem sequer
sonho - amor!

Cecilia Meireles